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Abate de árvores no centro da cidade

No dia 23 de fevereiro, a Câmara Municipal de Braga (CMB) abateu diversas árvores na zona pedonal da Av. da Liberdade e de uma das famosas e emblemáticas tílias da Avenida Central.

Refira-se que estas árvores não constam do “Estudo fitossanitário e avaliação do risco de fratura a árvores” elaborado pela UTAD a pedido da CMB.

O Sr. vereador do ambiente da autarquia, Altino Bessa, veio a público, em declarações à RUM, informar que a dezena de árvores abatida estavam infetadas com a doença grafiose, que atualmente não tem tratamento conhecido, tendo por este motivo procedido a uma “ação preventiva” para não contaminar as restantes árvores.

O que o sr. Vereador não esclareceu é que a génese do problema do coberto arbóreo urbano da cidade, reside na sua falta de manutenção e gestão ao longo destes anos, nomeadamente, falta de proteção fitossanitária, opções incorretas das podas (que provocam feridas e favorecem a propagação de doenças) e condições ambientais adversas (compaticidade e nível de fertilidade solo, impermeabilização das superfícies, teor elevado de poluentes, valas de construção, pressão humana, iluminação artificial, entre outras).

O BE propôs recentemente na Assembleia Municipal a criação de um Regulamento do Arvoredo Urbano, onde constem as regras de prevenção intervenção nas árvores do município. A proposta baixou à Comissão de Ambiente.

O BE defende que a prevenção é a componente mais importante numa estratégia de proteção das árvores dos espaços verdes urbanos, consequentemente, pelo que uma boa “ação preventiva” consiste numa boa estratégia de proteção em detrimento da implementação de meios de luta radicais, como o abate. Os problemas do coberto arbóreo urbano da cidade podem e devem ser prevenidos por adoção de boas práticas, não se limitando ao abate e substituição das árvores doentes e à plantação de novas, que demoram anos a ficarem adultas.